Tóxica
A dama vermelha em
distúrbios plasmáticos, estendendo a mão, pedindo auxilio, fazendo mímicas no
meu divã. Diva danosa, bem articulada, projetando-se em mim. Desejo o corpo da
divina fábula, a ires dramática de luz. Sugo o suor dos seus poros, o gozo do seu
sexo, lambo-lhe os pés, mesmo sujos de lama... Estamos no inferno você insiste
em lembrar, enquanto rasgo as películas desse dia normal, preciso sobreviver,
mas já não adianta nada, rogaram eternidades sobre nós, reajo a minha ereção
tetânica te vejo garbosa sobrevivendo em silêncio. Sacrifico-te, ofereço teu
sangue a um demônio qualquer ele entende as minhas urgências, e sabe que
estamos perdidos, irremediavelmente perdidos. As lâminas acostumaram-se a
epiderme que já não sabe sangrar, restam os arranhões que logo saram, somo
covardes estamos tingindo nossos cortes com urucum, costurando-nos com ligas
metálicas. As horas nos massacram, o aneurisma avisa que vai explodir, mas no
exato instante em que estou entre as tuas coxas, escondendo-me, escondendo-me de
tudo. São dez mil anos dentro de ti, roendo teu azar com um rato, roendo teus
cabelos, teus seios, enquanto você goza... Na mesa do jantar você goza, você
goza dama vermelha, segura e afrouxa a minha teia, ofegante digo: Droga, mas
não consigo parar, eu não consigo parar!!!
Janaina Cruz
Meninos
Os
meninos estão deitados nos trilhos do trem Eles têm pressa, eles não têm mais
sonhos, Mas sonham que tudo acabe logo...
O
dia está nublado, de alguma forma o céu entendeu que Aquele seria um dia de
luto.
Quando
chegam os cabelos da noite para enfeitar a lua careca Ouço o guizo das estrelas
no ar, no ar viciante que tem o cheiro de morte.
Janaina
Cruz
Vermes
Sou o verme, vivo acoplado a tua pele dita humana, sou o parasita que
perfura os teus ossos e te faz sentir dores
indizíveis, alimento-me de tua angústia e
escravizo-te paulatinamente...
Disfarço-me quando for preciso, preciosa natureza humana, diferente dos
livros e dos ratos, tem o gosto balsâmico, o cheiro de
pecados...
Tenho plena liberdade no ócio das tumbas, adormeço entre
as carnes pútridas e os sonhos desolados, conheço as palavras, eu
as fiz nascer em tua boca nas horas precisas, precisa carne natureza
humana...
Depois da queda o contra mão, a válvula de escape, o orgasmo.
Sou o verme, estou em teus braços, em teus traços, copulando com outros
vermes, obstruindo as tuas veias, no meio de tuas rugas, sou o verme que
sugou a tua
juventude, contigo assisti a primeira e a ultima chuva e o golpe
de fez desvanecer as pequenas margaridas...
Agonia, agonia em plenitude, inconsciência Freudiana, não
creio que somos a condenação humana, paradoxalmente
Janaina Cruz
PS.: É como imenso prazer que nosso Blog volta a velha tradição de homenagear e destacar grandes poetisas na língua portuguesa, em especial do nosso Brasil, que conta com um infindável número de poetas e poetisas muito talentosos mas infelizmente parece que nasceram no lugar errado, já que aqui não se valoriza a poesia como acontece em especial na europa e noutros países das America latina e America do norte.
A jovem Janaina Cruz, faz parte desta seleção de nomes da poesia nacional contemporânea que merece ser vista com olhos atentos e com o coração aberto.
Porquê este blog somente destaca as poetisas? R. Por ser este blog, criado em homenagem às mulheres em especial, já que a grande maioria de meus poemas é inspirado nelas.
Grato por sua visita, se puder deixe um comentário, uma critica etc., convido-lhe também a ler meus poemas, eles estão dispostos no menu logo abaixo.
Saudações Poéticas!
Valter Montani
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Tóxica
A dama vermelha em
distúrbios plasmáticos, estendendo a mão, pedindo auxilio, fazendo mímicas no
meu divã. Diva danosa, bem articulada, projetando-se em mim. Desejo o corpo da
divina fábula, a ires dramática de luz. Sugo o suor dos seus poros, o gozo do seu
sexo, lambo-lhe os pés, mesmo sujos de lama... Estamos no inferno você insiste
em lembrar, enquanto rasgo as películas desse dia normal, preciso sobreviver,
mas já não adianta nada, rogaram eternidades sobre nós, reajo a minha ereção
tetânica te vejo garbosa sobrevivendo em silêncio. Sacrifico-te, ofereço teu
sangue a um demônio qualquer ele entende as minhas urgências, e sabe que
estamos perdidos, irremediavelmente perdidos. As lâminas acostumaram-se a
epiderme que já não sabe sangrar, restam os arranhões que logo saram, somo
covardes estamos tingindo nossos cortes com urucum, costurando-nos com ligas
metálicas. As horas nos massacram, o aneurisma avisa que vai explodir, mas no
exato instante em que estou entre as tuas coxas, escondendo-me, escondendo-me de
tudo. São dez mil anos dentro de ti, roendo teu azar com um rato, roendo teus
cabelos, teus seios, enquanto você goza... Na mesa do jantar você goza, você
goza dama vermelha, segura e afrouxa a minha teia, ofegante digo: Droga, mas
não consigo parar, eu não consigo parar!!!
Janaina Cruz
Meninos
Os
meninos estão deitados nos trilhos do trem Eles têm pressa, eles não têm mais
sonhos, Mas sonham que tudo acabe logo...
O
dia está nublado, de alguma forma o céu entendeu que Aquele seria um dia de
luto.
Quando
chegam os cabelos da noite para enfeitar a lua careca Ouço o guizo das estrelas
no ar, no ar viciante que tem o cheiro de morte.
Janaina
Cruz

Sou o verme, vivo acoplado a tua pele dita humana, sou o parasita que perfura os teus ossos e te faz sentir dores
indizíveis, alimento-me de tua angústia e escravizo-te paulatinamente...
Disfarço-me quando for preciso, preciosa natureza humana, diferente dos livros e dos ratos, tem o gosto balsâmico, o cheiro de pecados...
Tenho plena liberdade no ócio das tumbas, adormeço entre
as carnes pútridas e os sonhos desolados, conheço as palavras, eu as fiz nascer em tua boca nas horas precisas, precisa carne natureza humana...
Depois da queda o contra mão, a válvula de escape, o orgasmo.
Sou o verme, estou em teus braços, em teus traços, copulando com outros vermes, obstruindo as tuas veias, no meio de tuas rugas, sou o verme que sugou a tua
juventude, contigo assisti a primeira e a ultima chuva e o golpe de fez desvanecer as pequenas margaridas...
Agonia, agonia em plenitude, inconsciência Freudiana, não
creio que somos a condenação humana, paradoxalmente
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A poeta Janaina Cruz e minha amada esposa, sofre assim como outros escritores, da negligencia do estado em relação aos artistas, principalmente aos poetas... Parabenizo o idealizador deste blog e da homenagem que ele faz as postas ...
ResponderExcluirSinto-me honrada em estar em tão lindo lugar, ainda bem que existem pessoas como você Valter, que valorizam a poesia e os poetas, muito sucesso sempre pra ti meu caro, que a poesia sempre brilhe em seu caminho.
ResponderExcluirParabéns, Walter, seu blog continua com muita qualidade literária.
ResponderExcluirQuanto à homenagem prestada considero ter sido merecida.
Abs.